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A Rua Silva Lopes

A Rua Silva Lopes

Artigo publicado na edição de Agosto da Revista Nova Costa de Oiro, em https://www.novacostadeoiro.com

A Rua Silva Lopes, em Lagos, tem o seu início na Rua 25 de Abril e término na Rua General Alberto da Silveira, nela entroncando a Rua das Cruzes, a Travessa do Mar e a Rua Lançarote de Freitas.

Esta artéria lacobrigense deve o seu nome a João Baptista da Silva Lopes, advogado, político e escritor português, mais conhecido pelo seu apelido.

Nascido em Lagos, a 28 de Novembro de 1781 e falecido em 28 de Agosto de 1850, frequentou a Universidade de Coimbra, tendo adquirido o grau de Bacharel em Leis. Em Lagos, foi advogado, funcionário público, procurador judicial e vice-cônsul de Espanha. Silva Lopes era simpatizante do Liberalismo e da Maçonaria, tendo fundado, em 1816, uma loja maçónica na cidade lacobrigense.

Em 1808, foi acusado de jacobino, tendo sido defendido pelo Bispo D. Francisco Gomes de Avelar. Durante a sua carreira como deputado, elaborou diversos projectos de lei, destacando-se os que se pronunciaram sobre o Código Penal Militar, o Sistema Métrico Decimal, a reforma do Montepio Militar e o recrutamento militar.

Nesta artéria existiu um complexo industrial romano, composto por três unidades contíguas, destinado à produção e envasamento de preparados piscícolas, com um período de laboração atestado entre a 2° metade do século I/inícios do século II d.C. e o início/meados do VI d.C.

Também aqui se localizou a Igreja do Compromisso Marítimo, que já foi armazém de vinho e de cereais, Quartel dos Bombeiros Voluntários de Lagos e que hoje é o «Mar d’estórias» e o Palácio da Família Baena (que actualmente integra parte do Centro Cultural).

A Igreja do Compromisso Marítimo de Lagos, originalmente denominada de Capela do Espírito Santo, foi construída originalmente no Século XV. Fazia parte do Compromisso Marítimo de Lagos, que era uma associação de pescadores formada na Idade Média.

Foi construído nesta artéria o primeiro centro comercial da cidade (1979). No entanto, como os lacobrigenses não terão aderido com entusiasmo a esta iniciativa, cedo fechou portas, encontrando-se dele hoje abertas apenas as lojas com acesso pela rua.

Há alguns anos, era possível verem-se aqui pescadores a remendarem as redes da faina, na oficina /armazém de Mestre Constantino (Constantino Pedro dos Santos), natural de Alvor e falecido em Lagos.

Também aqui se encontrava o escritório do distinto advogado João Carlos Centeno, natural de Tavira e falecido em Lagos. Nesta cidade, em 1939, tomou posse como Chefe da Secretaria da Câmara Municipal e nos anos 50 do século XX foi um empenhado divulgador da música, nomeadamente como fundador do grupo «Pró Arte» que viria a organizar inúmeros concertos de música clássica no salão do Cine Teatro Império.

O seu dinamismo em prol do associativismo lacobrigense e a sua participação na vida social local também ficaram patentes nas intervenções pró-bono de âmbito profissional.

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