No próximo dia 15 de novembro a Fortaleza de Sagres dá a conhecer um projeto de sensibilização ambiental alusivo à planta camarinha.
Trata-se de um projeto organizado pelo MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente -, em que serão apresentados um conjunto de desenhos realizados por alunos que participaram em visitas de estudo ao Cabo de São Vicente, durante o mês de junho de 2024, no âmbito do projeto educativo Emc2 – ‘Explorar Matos de Camarinha da Costa’. Este projeto promove a sensibilização sobre a camarinha, uma planta ameaçada e de elevado valor de conservação, propensa à extirpação em algumas zonas costeiras atlânticas da Península Ibérica, cujas plantas femininas têm pequenos frutos brancos comestíveis. A planta camarinha, presente no interior da Fortaleza, na vegetação que cresce entre pedras constituiu um tesouro natural, dada a sua distribuição geográfica se restringir à costa atlântica ibérica, entre Gibraltar e Finisterra, com presença em algumas ilhas açorianas (endemismo ibérico) e a singularidade de ter frutos brancos ou de tom rosado. A equipa organizadora das visitas de estudo em Sagres foi composta por M. Alexandra Abreu Lima (MARE- NOVA/ARNET e INIAV, I.P.) e Ana Carla Cabrita (Walkin’Sagres). Os trabalhos podem ser vistos, na sala multiusos da Fortaleza de Sagres, todos os dias, até dia 6 de dezembro.
No dia 16 de novembro, vai acontecer o Encontro "Mulheres e Liberdade - Vozes negras femininas em resistência artística", das 15h às 18 horas.
Trata-se de uma iniciativa organizada pela Fortaleza de Sagres, que propõe um diálogo entre passado e presente, confrontando marcas coloniais com narrativas decoloniais.
As temáticas a explorar serão em torno das heranças coloniais visíveis no espaço público, de como são vividas por pessoas negras, e de que forma a criação artística é uma via de resistência e de libertação desses legados, fundamental para a construção de políticas de memória. Neste contexto, e relembrando o simbolismo de Sagres, procuram-se discutir novas narrativas, de mulheres negras, africanas, afroportuguesas e afrodescendentes.
A conversa será mediada por Paula Cardoso, fundadora da comunidade digital Afrolink. Conta com a participação de Raquel Lima, poeta, arte-educadora, ensaísta, investigadora e artista transdisciplinar; Patrícia Moreira, autora, e a dupla Isabél Zuaa e Cleo Diára, artistas multidisciplinares que integram o coletivo AURORA NEGRA.
Ainda, no próximo dia 20 de novembro, será apresentada a performance "Camões é um poeta rap", direcionada a alunos da comunidade escolar, com sessões previstas para as 9h30 e 11 horas.
Trata-se de uma iniciativa que pretende comemorar os 500 anos do nascimento do poeta Luís Vaz de Camões. "Camões é um poeta rap" é um evento performativo e musical, que assenta num conceito inovador, que aproxima a lírica do grande poeta à nossa vivência contemporânea, através dos ritmos do rap e do hip hop, conciliando o publico, com a mestria da língua portuguesa. Projeto promovido pela Associação Artes Performativas de Beja - Arte Pública.