Ministro da Cultura e vários Secretários de Estado estiveram ontem em visita a Lagos no âmbito da iniciativa "Governo + Próximo", que está a decorrer no Algarve.
A autarquia aproveitou esta oportunidade para sensibilizar os governantes relativamente à necessidade de realização de investimentos prioritários na área do património edificado, partilhando algumas outras preocupações em matérias relacionadas com as respetivas tutelas.
O périplo dos membros do Governo por terras lacobrigenses teve início na Escola Secundária Júlio Dantas com a visita do Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, às instalações da Unidade de Alto Rendimento Escolar de Lagos, nesta ocasião inaugurada, resposta que ajuda os estudantes, praticantes de desporto federado, a conciliar as exigências competitivas das modalidades com o desempenho e aproveitamento escolar, apoiando, neste momento, 32 alunos.
Ainda durante a manhã seria a vez do Secretário de Estado da Digitalização e Modernização e Administrativa, visitar o Espaço Cidadão de Lagos que funciona no Edifício Paços do Concelho séc. XXI. Esta resposta de proximidade, possível graças à parceria firmada entre a Agência para a Modernização Administrativa (AMA) e o município concentra vários serviços da Administração Pública num único local, simplificando o acesso aos mesmos por parte dos cidadãos. Mário Campolargo referiu-se aos Espaços Cidadão como exemplos do modelo a seguir para a criação das futuras Lojas do Cidadão.
A ETAR de Lagos, atualmente com obras de remodelação em curso, foi outro dos locais visitados, neste caso pelo Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro e pelo Secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires. A ampliação da capacidade de tratamento da ETAR e a possibilidade de fornecimento de água residual tratada para efeitos de rega de espaços verdes foram matérias abordadas nesta ocasião.
Por seu turno, a Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, deslocou-se ao Sapal do Vale da Lama (Odiáxere/Lagos), onde visitou a Aqualvor, empresa de aquacultura sustentável/piscicultura de onde provém muito do Robalo e Dourada que entra no circuito de comércio alimentar. O presidente da autarquia manifestou, neste contexto, as preocupações locais em torno dos projetos de ampliação da aquacultura offshore, reiterando a posição já tornada pública em sede da consulta que está a decorrer, mas também relativas à monocultura de abacate, que tem estado a instalar-se no concelho, agravando a problemática da escassez de água.
O dia terminou com a visita de Pedro Adão e Silva, Ministro da Cultura, ao LAC – Laboratório de Artes Criativas e ao Museu de Lagos. Na primeira paragem, o governante, acompanhado pelo Diretor Geral das Artes e pela Diretora Regional de Cultura do Algarve, foi recebido por autarcas locais, dirigentes do LAC e comunidade artística residente. No local, Pedro Adão e Silva visitou os ateliês de artes plásticas instalados nos espaços que, outrora, foram antigas celas prisionais, os trabalhos patentes em exposição e os estúdios onde acontece a componente de criação musical, podendo, assim, verificar a dinâmica do trabalho desenvolvido por esta associação cultural que é, também, uma estrutura artística financiada pela Direção-Geral das Artes. No Museu de Lagos, ponto da sua última paragem, a visita percorreu as obras do futuro Núcleo de Arqueologia e os vestígios da cidade antiga que esta intervenção tem estado a trazer à luz dos dias, para, logo depois, entrar no renovado Núcleo Dr. José Formosinho e conhecer as suas coleções. Antes de se despedir da comitiva lacobrigense, Pedro Adão e Silva visitaria ainda o Núcleo Rota da Escravatura – Mercado de Escravos.
No decurso da visita, Hugo Pereira, presidente da Câmara Municipal, partilhou as preocupações do município relativamente à situação de conservação do património edificado classificado, em especial no que concerne às Muralhas de Lagos e à Igreja de São Sebastião, ambos Monumentos Nacionais, sensibilizando o governante para a necessidade de criação de linhas de apoio financeiro, por parte do Estado ou de Fundos Comunitários, que permitam ao município concretizar os projetos de intervenção já existentes.