Esta quarta-feira, dia 30 de Junho, Jorge Fausto, de 57 anos, foi agredido junto à sua residência em Lagos, ao pontapé. O assunto tem dado que falar na cidade, tendo inclusive agitado as redes sociais. Jorge só pede justiça.
A vítima afirma ter identificado o agressor e já apresentou queixa na Polícia de Segurança Pública (PSP) de Lagos, tendo contado com o apoio de alguns vizinhos que testemunharam o sucedido e confirmam a sua versão.
Ao que consta, o agressor terá pontapeado Jorge na face, entre insultos, fruto de uma advertência para que este fizesse menos barulho na rua e pudesse dormir descansado.
O problema do barulho causado por motociclistas naquela zona não é novo. Aliás, segundo Jorge, «é de dia e de noite». Contudo, afirma não ter sido violento no pedido que fez. Em anos passados, o tema foi, inclusive, entre outros assuntos pendentes, exposto em Reuniões de Câmara pelo Presidente da Associação de Moradores do Bairro 28 de Setembro, Romeu, a que o CL testemunhou e relatou.
A questão do ruído remonta à data do mandato de Júlio Barroso, ex-Presidente da autarquia, até ao actual edil, Hugo Pereira. O caso foi então remetido para a PSP, embora alguns moradores continuem ainda a queixar-se do mesmo.
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«Quero justiça»
Jorge é figura bem conhecida da comunidade lacobrigense. Mora no Bairro 28 de Setembro, junto à Escola do Bairro Operário, e trabalha como varredor de rua na empresa EcoAmbiente, sendo que esteve afiliado durante largos anos à Multi Serviços. Ao momento, está de baixa, tendo sido sujeito a tratamentos nos hospitais de Portimão e Faro: «Tenho mesmo muitas dores na cara. (...) Quero que o apanhem, quero justiça».
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«Eu não me meto com ninguém»
Recorde-se que o CL fez, em tempos, uma reportagem com Jorge acerca da sua situação e condição social desfavorecidas. Por não se sentir seguro, pensa até em mudar de cidade, para junto de um parente, com o intuito de fugir aos problemas familiares e insultos gratuitos que enfrenta no dia-a-dia – muitos deles gravados em vídeo. A respeito de tais episódios, Jorge desabafou: «Eu não me meto com ninguém. Vão bater-me na janela, ofendem-me e gravam. Há anos que isso dura».
Apesar de por vezes se sentir sozinho e incompreendido, Jorge tem tido apoio por parte de vários moradores da cidade. Entre os comentários deixados em seu favor no Facebook, pode ler-se: «Que crueldade. O Jorge, sempre trabalhador, educado, não faz mal a ninguém. Que a justiça seja feita» e «Nunca o vi ser mal educado com ninguém, excepto com pessoas que por maldade o tratavam mal e gozavam com ele. (…) Espero que encontrem quem o fez».
Notícia em actualização.
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Foto da calçada:
Nancy Wilde.