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Deputados socialistas algarvios pedem explicações ao ministro do Mar sobre nova aquacultura para mexilhão no concelho de Vila do Bispo

Deputados socialistas algarvios pedem explicações ao ministro do Mar sobre nova aquacultura para mexilhão no concelho de Vila do Bispo

Querem saber se foram estudados “impactos no ecossistema abrangido e envolvente à zona” e em termos “económicos na atividade dos pescadores”

Depois do Bloco de Esquerda, é agora a vez de o Partido Socialista (PS) iniciar o ataque junto do Governo, na sequência da polémica causada pelo novo projecto de aquacultura para crescimento/engorda de mexilhão em regime extensivo, entre as praias da Salema e de Burgau, no concelho de Vila do Bispo, com a área total de 282 hectares, que tanta contestação está a provocar nos pescadores e autarcas locais, como o «correiodelagos.online» tem divulgado.

Em comunicado enviado na terça-feira, 11 de Fevereiro, aos órgãos de comunicação social, o Gabinete de Imprensa do Grupo Parlamentar do PS revela que os deputados do partido eleitos pelo Círculo de Faro, apresentaram na Assembleia da República um requerimento a questionar o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, “para saber se estão estudados os impactos no ecossistema abrangido e envolvente à zona prevista para instalação do referido estabelecimento de culturas em águas marinhas, bem como os impactos económicos na actividade dos pescadores”. A ocupação daquele espaço com uma nova aquacultura foi requerida pela empresa Finisterra, SA., ao abrigo do artº. 17º. do decreto-lei nº. 40/2017 de 05 de Abril.

Risco para a atividade piscatória tradicional”

“Tornado público, através de edital, pela Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos ( DGRM), o pedido esteve em consulta pública entre 15 de Janeiro e o passado dia 5 de Fevereiro, gerando a contestação das edilidades e da população local”, lembram os deputados socialistas algarvios neste comunicado. E acrescentam: “Quer a comunidade piscatória, através dos seus representantes, quer a população em geral, através da Câmara Municipal de Vila do Bispo e da Junta de Freguesia de Budens, manifestaram-se contra a instalação da referida estrutura, já que, em seu entender, esta coincide com importantes bancos de pesca para o cerco e afecta negativamente, não só a pequena pesca costeira, como a riqueza e biodiversidade natural daquela importante área, colocando em risco a sustentabilidade da actividade piscatória tradicional.”

Ministro terá de esclarecer se foram estudadas outras localizações alternativas

Os deputados Luís Graça, Maria Joaquina Matos, Ana Passos, Francisco Pereira Oliveira e Célia Paz recordam que “também o projecto PescaMap, desenvolvido pela equipa do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, indica um vasto conjunto de limitações à aquacultura naquele local”. Nesse sentido, querem saber se “estão estudados os impactos no ecossistema abrangido e envolvente à zona prevista para instalação do referido estabelecimento de culturas em águas marinhas”, bem como os “impactos económicos na actividade dos pescadores”.

A concluir, o comunicado sublinha que “os parlamentares socialistas pretendem que o ministro do Mar esclareça ainda se foram estudadas outras localizações alternativas para a instalação do referido estabelecimento de culturas em águas marinhas”. 

José Manuel Oliveira

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