Num comício de apresentação dos candidatos nesta cidade, o presidente do PSD/Algarve, David Santos, deu uma aula de economia para atacar gestão do Partido Socialista (PS) no município. Já Ofélia Ramos criticou os seus colegas deputados socialistas da região na Assembleia da República, em especial Joaquina Matos.
Junto ao mini-golfe do Parque da Cidade Anel Verde, em Lagos, onde foram instalados dois ecrãs e o palco, num ambiente musical e com uma roulotte de "comes e bebes", no lado oposto, a poucos metros, o Partido Social-Democrata (PSD) apresentou na noite de 17 de Setembro de 2021, ao ar livre, os candidatos à Câmara, Assembleia Municipal e às assembleias de freguesia de São Gonçalo de Lagos, Odiáxere, Luz e União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João, perante mais de 80 pessoas, na sua maioria elementos das próprias listas.
David Santos, presidente do partido no Algarve, e Ofélia Ramos, deputada na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Faro, marcaram presença como convidados. Curiosamente, o local deste comício dos sociais-democratas foi a pouco mais de cem metros de distância do espaço escolhido, a 13/08/2021, pelos socialistas também para a apresentação dos seus candidatos, do outro lado da estrada.
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David Santos, presidente do PSD/Algarve: «O PS, na maior parte das vezes, engana os eleitores, tem pessoas que concorrem e muitas delas não cumprem o mandato para que o número 2 possa ser presidente antes de ser eleito»
David Santos surgiu como o primeiro orador e entrou logo ao ataque contra o autarca lacobrigense Hugo Pereira, do PS, e não só: «Gostaria de colocar aqui alguns indicadores de Lagos, direccionados para o Presidente da Câmara, que, como sabem, é um presidente de Câmara que não foi eleito para ser presidente de Câmara. Mas o PS, na maior parte das vezes, engana os eleitores, tem pessoas que concorrem e muitas delas não cumprem o mandato para que o número 2 possa ser presidente antes de ser eleito. Como também aconteceu em Tavira, como sabem, naturalmente, e outras câmaras também usam o mesmo sistema. A primeira questão é que os candidatos do PS devem ser muitas vezes interpelados se vão concorrer para cumprirem os mandatos, ou se vão concorrer para abandonarem as pessoas e não cumprirem os seus programas e as promessas que fizeram com honra e solenidade, no momento em que juraram cumprir e fazer cumprir o mandato», desferiu.
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Sobre o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem no concelho de Lagos: «A média mensal, no ano passado, era de 981 euros. Qual é a média nacional? 1.206 euros»
Em seguida, passou a expor vários problemas: «Relativamente aos desempregados no concelho de Lagos, em 2020 a média de inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional era 8,7%. O presidente da Câmara fala que é um concelho que tem fomentado muito emprego. Pois é, mas a média no país nesse mesmo ano, de 2020, foi 5,8%, mais quase 50%. Portanto, o presidente da Câmara não tem dito a verdade no que diz respeito aos desempregados».
Por outro lado, acrescentou, veja-se «o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem no concelho de Lagos: a média mensal, no ano passado, era de 981 euros. Qual é a média nacional? 1.206 euros. O indicador deveria fazer com que o presidente, que agora se candidata, tivesse nas suas políticas algo para combater esta diferença de ordenado. Do que eu sei, pelo que me foi transmitido, nada é expresso na sua candidatura».
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«400 habitações (...) Metem nos cartazes, mas de facto não vai haver habitações»
Em tom sereno e esclarecedor, demonstrando ter trazido as contas estruturadas e trabalho de casa feito, o presidente do PSD/Algarve prosseguiu: «Quero também referir a questão da habitação. Passei há pouco por um cartaz [do PS - ndr]: 400 habitações... Quer dizer: promessas que fazem – e provavelmente já vieram dizer, como fizeram pelo país todo –, que o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência, a chamada “bazuca” de fundos comunitários - ndr] é um poço sem fundo. E é "fácil" explicar: o PRR vai resolver o problema no país todo. Fizeram já acordos com 73 municípios, já esgotaram a verba. É mais uma promessa que vai ficar, mas era muito importante que ele fizesse algo que não fez».
E continuou: «Sabem qual é o valor médio de venda no país (...), em 2020, de uma propriedade de valor médio? 12.470 euros. Sabem quanto é em Lagos? 23.6191 euros. Portanto, uma família média, de médio rendimento – para não falar dos de mais baixo rendimento –, não tem possibilidades de pagar este valor médio. É a Câmara que tem, através das políticas de acção social, com a construção de custos controlados. (...) E o que é que "eles" fazem? Metem nos cartazes, mas de facto não vai haver habitações».
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«O senhor Presidente da Câmara não tem andado a aproveitar as oportunidades que há de fundos comunitários e queria perguntar-lhe porquê»
Outra questão detalhada por David Santos teve a ver com a situação financeira do município: A Câmara de Lagos «diz que tem uma situação financeira muito favorável, boas contas, mas é preciso dizer o seguinte: é preciso dizer que a Câmara Municipal de Lagos, em 2019, teve de receitas e imposto de circulação, IMT e IMI, 38 milhões de euros, o que é um valor muito alto. E isto conjugado com as transferências que vêm do Estado ou da União Europeia. Em 2009, a Câmara Municipal de Lagos recebia cerca de 11 milhões de euros destas transferências, nomeadamente de fundos comunitários. Sabem quanto é que recebeu no ano passado? 6 milhões e meio. Portanto, o senhor Presidente da Câmara não tem andado a aproveitar as oportunidades que há de fundos comunitários e queria perguntar-lhe porquê. Porque é que não faz o aproveitamento desses fundos comunitários?», inquiriu.
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«Vocês sabem quantos funcionários tinha a Câmara Municipal de Lagos, em 2016? 600. Sabem quantos tem agora? 850. (...) Não é que eu esteja contra que as pessoas tenham emprego, agora combater o desemprego às custas de meter ‘boys’ no Estado e na Administração Local, acho que não é o mais correcto»
E continuou a debruçar a sua intervenção sobre números: «Vocês sabem quantos funcionários tinha a Câmara Municipal de Lagos, em 2016? 600. Sabem quantos tem agora? 850. Esta é uma pequena parcela do que o ministro da Economia falou há pouco tempo, que não havia desemprego, que havia uma boa recuperação. Esqueceu-se foi de dizer que no Estado e na Administração Local tinham entrado mais 25.000 pessoas. Não é que eu esteja contra que as pessoas tenham emprego, agora combater o desemprego às custaS de meter ‘boys’ no Estado e na Administração Local, acho que não é o mais correcto e importa denunciar este indicador muito importante».
«Quais são as políticas que o concelho tem para os mais jovens e mais idosos?», perguntou, a certa altura, David Santos, neste comício do PSD, em Lagos. «Sabem o rácio que existe de 100 idosos por 100 jovens no concelho? Por cada 100 jovens há 150 idosos. Ora, temos de preparar o futuro. Temos de fazer com que hajam mais jovens. (...) Em 2020, nasceram em Lagos 230 pessoas e faleceram 400. Esta relação tem de ser combatida sob pena de Lagos vir a perder habitantes. Em 10 anos, Lagos praticamente não perdeu nada de especial de habitantes, mas teve uma subida muito grande de habitantes estrangeiros.
E a pergunta é: quais são as políticas e medidas que a Câmara Municipal de Lagos fez para dar as condições a quem nos visita e depois decide cá ficar para continuar a viver? Quais são os serviços que são adaptados a essas pessoas que vêm de fora para ajudar quem quer investir? O apoio a quem quer cá viver? Eu não conheço nenhuma proposta neste sentido», sublinhou.
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«Sabem quantos desempregados havia em 2009 no Instituto de Emprego e Formação Profissional em Lagos? 1.409. Em 2020, 1.689. Portanto o que o presidente diz, que não há desemprego, é mentira»
David Santos apresentou mais contas, dando exemplos e reforçando até alguns aspectos já focados: «Sabem quantos desempregados havia em 2009 no Instituto de Emprego e Formação Profissional em Lagos? 1.409. Em 2020, 1.689. Portanto o que o presidente diz, que não há desemprego, é mentira, até há mais do que em 2009, que era uma altura já de crise, como todos se recordam».
E deixou um recado: «Quis só aqui dar alguns indicadores que fazem com que as autarquias e os nossos programas sejam direccionados para os problemas que nós temos. O programa socialista é um programa de promessas e muito virado para uma continuidade de uma política que tem havido em Lagos nos últimos anos, que é uma oligarquia. (...) Isto só acontece por duas razões: primeira: as pessoas não estão completamente elucidadas; segunda: a abstenção. Nós temos que combater a abstenção, se conseguirmos levar as pessoas a votar tenho a certeza absoluta de que a vitória será do PSD. (...) A votar é que se ganham as eleições, não antecipadamente», concluiu.
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Deputada Ofélia Ramos: «Romper com a má herança socialista e mostrar que com o ADN social-democrata somos capazes de fazer mais e melhor pelo concelho de Lagos»
Já a deputada Ofélia Ramos começou por enaltecer a figura de Pedro Moreira, candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Lagos: «Porquê mostrar o nosso apoio, porquê mostrar a nossa solidariedade ao Pedro Moreira? A resposta é simples: porque reúne as características necessárias e fundamentais para exercer de forma diferente, mas competente e com plena dedicação o cargo de presidente da Câmara de Lagos. E dito isto, quero dizer-vos que esta candidatura tem um desafio pela frente muito grande e esse desafio é romper com a má herança socialista e mostrar que com o ADN social-democrata somos capazes de fazer mais e melhor pelo concelho de Lagos».
«Lagos está carecido de uma governação social-democrata porque Lagos está enquistado, está parado por esta governação socialista de 20 anos», sublinhou a deputada algarvia. «E esta mudança é ainda mais premente porque o PSD tem a responsabilidade de romper com esta bolha de poder criada pelo PS e que já dura há 20 anos. Uma bolha de poder que tem corrompido os princípios, tem corrompido todos os princípios que devem nortear uma boa gestão autárquica num estado social de direito democrático. Este é o grande desafio que o Pedro Moreira tem pela frente e nas suas mãos, por isso, a responsabilidade desta candidatura; mas sei que são os candidatos certos para os lugares certos, porque sei que o PSD procurou reunir os melhores para estarem ao serviço das pessoas e da população», defendeu.
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«Recai sempre nos lacobrigenses e em todos os que vão votar no próximo dia 26 fazer uma pergunta a si próprios: se querem manter esta governação por mais 4 anos. Esta governação que já tem 20 anos»
Depois, lançou um repto aos eleitores: «Recai sempre nos lacobrigenses e em todos os que vão votar no próximo dia 26 fazer uma pergunta a si próprios: se querem manter esta governação por mais 4 anos. Esta governação que já tem 20 anos».
Para reforçar as suas críticas aos socialistas, Ofélia Ramos passou a descrever: «O que vos posso dizer é testemunhar na qualidade de deputada à Assembleia da República eleita pelo Algarve, é explicar as decisões que os políticos socialistas têm feito em defesa de Lagos e do Algarve. O Algarve sofre uma grave crise económica e social sem precedentes causada pela crise pandémica. É a região do país, a par da Madeira, mais dramaticamente afectada pela crise pandémica. Mas mais do que isso, é uma das regiões da Europa mais afectadas. Era, por isso, imperioso que o Algarve tivesse um programa específico para suster os efeitos desta crise económica e social, no sentido de preservar as empresas, manter os postos de trabalho, manter os rendimentos das famílias».
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PSD apresentou na Assembleia da República «um projecto de resolução com cerca de 24 medidas que visavam preservar as empresas, manter os postos de trabalho e garantir os rendimentos das famílias», tendo sido «aprovado, mas com o voto contra do PS e inclusivamente com o voto contra daqueles que representam o Algarve pelo Partido Socialista»
«Nós, o PSD, apresentámos na Assembleia da República um projecto de resolução com cerca de 24 medidas que visavam (...) preservar as empresas, manter os postos de trabalho e garantir os rendimentos das famílias. Este projecto foi aprovado pela Assembleia da República, mas com o voto contra do PS e inclusivamente com o voto contra daqueles que representam o Algarve pelo partido socialista. E também com o voto contra de quem já foi presidente da Câmara Municipal de Lagos e que não cumpriu o seu mandato de 4 anos até ao fim, o mandato que lhe havia sido confiado pelos eleitores de Lagos», destacou Ofélia Ramos, numa alusão à deputada Joaquina Matos, que se candidata à presidência da Assembleia Municipal de Lagos nestas eleições autárquicas.
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«O que fazem os autarcas socialistas algarvios perante o Algarve sacrificado por um Governo que não honra a sua palavra? Calam-se, e como se diz na gíria, fazem-se de mortos. E é isso que o presidente da Câmara Municipal de Lagos tem feito. Faz-se de morto»
«Pergunto-vos: o que fez o PS a este propósito? Fez aquilo que é pródigo a fazer: promete, anuncia e não cumpre. Há um ano atrás, quer o Primeiro-Ministro, quer o Ministro da Economia anunciaram que o Algarve iria ter um programa especifico, um programa que vinha associado a um pacote financeiro de cerca de 300 milhões de euros. Isto foi em Julho de 2020. Este pacote financeiro destinava-se, dizia o Governo, à diversificação da economia, ao melhoramento de infra-estruturas e para fazer investimentos necessários na área da saúde, mas até agora o Governo não cumpriu nada daquilo que prometeu e daquilo que anunciou. E o que fazem os autarcas socialistas algarvios perante o Algarve sacrificado por um Governo que não honra a sua palavra? Calam-se, e como se diz na gíria, fazem-se de mortos. E é isso que o presidente da Câmara Municipal de Lagos tem feito. Faz-se de morto. A inércia e incapacidade política é tão grande que não se ouviu uma única voz dos autarcas socialistas naquilo que aconteceu há muito pouco tempo relativamente à redução das portagens», lamentou a deputada Ofélia Ramos.
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Nas portagens na Via do Infante, sobre o que foi aprovado na Assembleia da República, «em vez de uma redução de 50%, os algarvios estão a beneficiar de uma redução na ordem dos 30%. Isto é um escândalo! Mas mais uma vez não tivemos qualquer protagonista político socialista a falar sobre o assunto»
E recordou: «Consciente de que as portagens na Via do Infante são um constrangimento enorme para a mobilidade aqui no Algarve e para a economia da região, o PSD apresentou uma iniciativa legislativa, um projecto-lei com vista à redução das portagens em cerca de 50% e de 75% para os veículos eléctricos. Esta proposta foi aprovada na Assembleia da República com os votos favoráveis de diversas forças políticas, mas mais uma vez com o voto contra do PS e mais uma vez com o voto contra daqueles que representam o Algarve pelo PS. E também com o voto contra de quem já foi presidente da Câmara Municipal de Lagos. Mas pior do que isso é termos autarcas controlados e subjugados a um Governo que não cumpre aquilo que foi aprovado na Assembleia da República relativamente à redução das portagens».
«Vejam bem – especificou – o que é que o Governo fez: revogou depois de ter sido aprovada esta redução das portagens, na Assembleia da República, no Orçamento de Estado para 2020, todas as reduções – que ocorreram em 2012 e 2016 – e entretanto revogou esses diplomas eliminando portanto essas reduções. Aplicou as reduções que tinham sido aprovadas na Assembleia da República de 50% não sobre os valores que vigoravam em 2020, mas sobre os valores que vigoravam em 2011. Ou seja, em vez de uma redução de 50%, os algarvios estão a beneficiar de uma redução na ordem dos 30%. Isto é um escândalo! Mas mais uma vez não tivemos qualquer protagonista político socialista a falar sobre o assunto e, meus caros, não é isso que se espera de quem se diz defensor do Algarve, nem é este tipo de autarcas de que Lagos precisa e merece».
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Fernando Bernardo, candidato à Assembleia de Freguesia de Odiáxere: «Odiáxere precisa de uma nova dinâmica, de um novo ritmo, de um novo empenho, de uma grande dedicação. Com os actuais responsáveis políticos, a freguesia sofreu ao longo dos últimos anos incompreensível estagnação, sem poder reivindicativo junto do poder autárquico, sem ideias, sem inovação, apresentando uma gestão amorfa»
Numa noite com algum frio e várias bandeiras do PSD na assistência (a maioria das pessoas estava sentada em cadeiras), pouco depois foi chamado ao palco, entre aplausos, Fernando Bernardo, de 63 anos, reformado (trabalhou na hotelaria e no comércio) e que encabeça a lista candidata à Freguesia de Odiáxere, enquanto nos ecrãs figuravam os nomes e as imagens dos restantes elementos concorrentes a esse órgão autárquico. «Tenho algo para a acrescentar à terra que me acolheu ainda criança. Não gostaria um dia de olhar para trás e sentir que nada fiz pela minha terra. Olhar para trás e perceber que nem sequer tentei», disse Fernando Bernardo, para quem «Odiáxere precisa de uma nova dinâmica, de um novo ritmo, de um novo empenho, de uma grande dedicação».
É que, na opinião do candidato social-democrata, que ia lendo o seu discurso entre alguma atrapalhação à mistura, «com os actuais responsáveis políticos a freguesia sofreu ao longo dos últimos anos uma incompreensível estagnação, sem poder reivindicativo junto do poder autárquico, sem ideias, sem inovação, apresentando uma gestão amorfa».
E com «uma visão de futuro e sobretudo de mudança», Fernando Bernardo apelou ao voto dos eleitores: «Odiáxere tem potencial que o presente esgotado não permite que acontecesse. Temos de mudar este estado de coisas, está na hora de mudar este estado de coisas. Quero (...) fazer na base daquilo em que sempre acreditei e que a equipa que me acompanha acredita: responsabilização, transparência, exigência, independência e ambição. Este é um desafio que abraço convicto que está na altura de mudar e de agir e responsabilizar, está na altura de fazer mais. Só dizer não basta. Esta na altura de ajudar a resolver de forma consciente os problemas que afectam os cidadãos da freguesia de Odiáxere».
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«Sabemos que irão existir vozes a dizer que "isto não é importante", que "aquilo já foi pensado e é impossível", pois "não há dinheiro", ou mesmo "não, não é da responsabilidade da junta". O que vos garantimos é que não aceitamos sobreposição de posições pessoais ou individuais sobre o colectivo»
«Não se diz às pessoas o que elas querem ouvir, mas sim aquilo que lhes mostrará a realidade, explicando as opções tomadas», observou Fernando Bernardo, que prometeu: «Serei, antes de mais, um defensor intransigente da população, representando-a, ouvindo-a e gerindo a freguesia sempre com o maior respeito por todos, independentemente das diferenças que existam ou que surjam».
«Trabalho, competência e rigor, de uma equipa dedicada a Odiáxere» é a bandeira do PSD. «Queremos uma Junta de Freguesia que assuma um papel determinante na vida da população, conhecendo a realidade de cada um. Poderá ser difícil, mas comprometemo-nos a fazê-lo», assegurou.
«Chegou finalmente a altura de a Junta de Freguesia de Odiáxere assumir um papel mais activo na procura de soluções que contribuam para o bem-estar da sua com comunidade, uma comunidade mais feliz», vincou o candidato ‘laranja’. E aproveitou para deixar recados: «Sabemos que irão existir vozes a dizer que "isto não é importante", que "aquilo já foi pensado e é impossível", pois "não há dinheiro", ou mesmo "não, não é da responsabilidade da junta". O que vos garantimos é que não aceitamos sobreposição de posições pessoais ou individuais sobre o colectivo. Defenderemos sempre o que as pessoas e a comunidade anseiam».
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Mónica Viana: «Quero ser a voz de defesa dos interesses dos habitantes da União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João, que há tanto tempo se encontra desprezada pelo actual executivo camarário»
Seguiu-se a número 1 da lista do PSD candidata à União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João, Mónica Viana, de 38 anos
(*), licenciada em arquitectura e actualmente gestora hoteleira em nome individual.
«Devido a alguns anos de associativismo nas colectividades de Barão de São João, Cotifo e Espiche, tenho a convicção de que poderei contribuir de uma forma proactiva e progressiva para o desenvolvimento e melhoramento das freguesias que tanto são desprezadas. Para mim, é um dever candidatar-me. Candidato-me, pois quero sentir-me próxima da população e quero ser a voz de defesa dos interesses dos habitantes da União de Freguesias de Bensafrim e Barão de São João, que há tanto tempo se encontra desprezada pelo actual executivo camarário. Merecemos mais e melhor, certo? Ao aceitar este desafio de liderar uma equipa que queira intervir e desenvolver projectos de cidadania em prol da comunidade, também temos consciência de que não será uma tarefa fácil, mas estamos muito confiantes que faremos a mudança», salientou Mónica Viana, que apresentou, nos ecrãs, os elementos da equipa que a acompanha.
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«As nossas propostas serão levadas a sério, como uma Unidade Móvel de Cuidados de Saúde básicos; garantir o apoio a pessoas e famílias que tenham pouca mobilidade para se deslocar; reabilitar os parques infantis, espaços verdes e garantir manutenção de espaços públicos em geral; avançar com o projecto há tanto tempo aprovado: o Centro de Interpretação da Mata Nacional, antiga Casa do Guarda em Barão de São João»
«O programa eleitoral foi pensado tendo como foco principal o bem-estar social de todos os habitantes da União de freguesias das Bensafrim e Barão de São João. As razões são simples: está na hora de valorizar, defender e potencializar esta união de juntas», reforçou a candidata, queixando-se de que, «actualmente, o povo está descontente, desiludido e desmotivado devido aos incumprimentos do actual executivo».
E deixou a promessa: «Nós, PSD, tencionamos e vamos contrariar este sentimento geral. As nossas propostas serão levadas a sério, como propor uma Unidade Móvel de Cuidados de Saúde básicos; garantir o apoio a pessoas e famílias que tenham pouca mobilidade para se deslocar; reabilitar os parques infantis, espaços verdes e garantir a manutenção de espaços públicos em geral; avançar com o projecto há tanto tempo aprovado: o Centro de Interpretação da Mata Nacional, antiga Casa do Guarda em Barão de São João; devolver, reanimar e organizar eventos anuais – coisa que eu adoro – como a Feira da FETAAL, Feira do Folar, ‘Walk art & Fest’, entre outros».
A candidata do PSD quer, também, a construção de habitação a custos controlados por parte da Câmara Municipal de Lagos, assim como ‘workshops’ e formações de produtores locais e avançar com incentivos à promoção de uma agricultura sustentável, facilitando um gabinete de apoio especifico para tais funções. «Há que apostar na diversificação da categoria dos produtos regionais. Não viemos aqui para fazer promessas, viemos para fazer acontecer», frisou Mónica Viana.
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Mário Faria, candidato à Assembleia de Freguesia de São Gonçalo de Lagos: «Não me recordo de ver uma atitude preventiva, por exemplo, nas sarjetas, para quando começam as primeiras chuvas de Inverno»
Pelas 22:05 horas, foi a vez de subir ao palco o primeiro candidato à Freguesia de São Gonçalo de Lagos, Mário Faria, de 43 anos. Nascido em Lisboa e residente desde os 13 anos em Lagos, é licenciado em Educação Física e empresário nessa área, ligado ao ‘fitness’.
Também ele apontou a habitação como um dos principais problemas desta freguesia: «Independentemente de a Câmara ser PS, PSD, ou o que seja, se tiver essa possibilidade tudo farei para que se faça cumprir, finalmente, a construção de habitação social. (...) Apelamos a preços ou custos controlados para que a população mais jovem possa fixar-se na cidade em vez de fazer como tem acontecido, deslocar-se para cidades mais vizinhas, à nossa volta, portanto».
Outras propostas – anunciou – passam por «melhorar os serviços de saúde através de serviços de enfermagem ao domicílio a pessoas com mobilidade reduzida, ou idade avançada; desenvolver pequenos arranjos para pessoas carenciadas nas suas habitações, coisa simples; basta ter uma ou duas pessoas e uma carrinha com ferramentas e facilmente se consegue ajudar. É preciso fazer pequenos arranjos, prevenindo também que as suas casas e condições de vivência se vão degradando. Há que identificar carências dos transportes públicos e, nomeadamente, nos seus horários e percursos. É um problema que temos vindo a tomar consciência e temos o interesse em fazer um apanhado de trajectos que podiam ser alterados, outros podiam ser sugeridos e horários também para pessoas que trabalham até tarde e depois não têm como se deslocar para as suas casas, nomeadamente de transportes públicos».
Por outro lado, Mário Faria pretende «garantir limpeza, manutenção e reparação dos espaços públicos»
«Estou a falar de ruas, sarjetas, bueiros, espaços de lazer e recreação. Não sei, não me recordo de ver, aliás, em nenhuma zona – e eu já morei mesmo em Lagos e também em Odiáxere – (...) uma atitude preventiva, por exemplo, nas sarjetas, para quando começam as primeiras chuvas de Inverno acontecer aquilo que costumamos ver no centro e nas zonas mais próximas do nível do mar em que há um alagamento, há verdadeiros rios. (...) Não há necessidade», observou.
«Promover com o município a requalificação da terceira fase do Anel Verde, junto ao Bairro Operário, com a construção de estacionamento, parques desportivos, infantis e zonas verdes» constitui outra das grandes apostas do candidato à Freguesia de São Gonçalo de Lagos, bem como «aumentar o número de ciclovias da cidade», de forma a uni-las num circuito devidamente planeado.
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E também «não me recordo da última vez que vi um camião a passar nas ruas da cidade a fazer a lavagem das mesmas»
Mário Faria também não poupou críticas à falta de limpeza urbana. É preciso «assegurar a recolha e lavagem das ruas, principalmente nos meses em que temos mais afluência de pessoas. Nós sabemos que ao domingo não é recolhido o lixo e eu não me recordo da ultima vez que vi um camião a passar nas ruas da cidade a fazer a lavagem das mesmas. E acho que isso é bastante importante, principalmente no Verão».
No seu programa eleitoral, o candidato do PSD quer «avaliar o património cultural, promover a sua requalificação e com isto quiçá um dia voltar a ter um mapa da cidade, onde não vemos apenas restauração e praias e podermos ver igrejas, monumentos e outros pontos de cultura destacados».
A propósito, pediu para que «nos mapas para quem nos visita», possa também passar a informação sobre vários núcleos museológicos, como por exemplo, «o Espingardeiro, que está fechado e continua com aquele aviso célere que já toda a gente conhece, dizendo “Excepcionalmente hoje estamos encerrados, amanhã voltamos a abrir"», ironizou.
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«Nestas semanas em que temos andado na rua, é lamentável ouvir as pessoas da cidade dizerem que estão tristes, que estão insatisfeitas com o actual executivo, que algo tem que mudar. Mas mais triste ainda é a seguir dizerem que já não acreditam na democracia e que não vão votar»
Um aspecto destacado por Mário Faria neste comício prende-se com o sentimento da população. «Nestas semanas em que temos andado na rua, é lamentável ouvir as pessoas da cidade dizerem que estão tristes, que estão insatisfeitas com o actual executivo, que algo tem que mudar. Mas mais triste ainda é a seguir dizerem que já não acreditam na democracia e que não vão votar. Tivemos já algumas pessoas com quem perdemos algum tempo – e não considero perder tempo quando digo isto –, mas com quem estivemos, de facto; parámos o nosso trajecto normal e ficámos conversando um bocadinho a tentar perceber o porque desta razão. Tentar não convence, mas faz ver que é importante que todos votem porque senão vamos continuar a ter uma abstenção superior».
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William Mereweather, candidato à Freguesia da Luz: «Temos lixeiras a transbordar, esgotos, (...) falta de parques e espaços verdes. A escola nova de que tanto se orgulha o PS já está cheia. Por isso, os alunos desta freguesia vão para Lagos»
Por seu turno, o inglês William Mereweather, de 56 anos e empresário na Luz, a cuja freguesia agora se candidata, referiu que esta zona turística «contribuiu entre 5 milhões e 15 milhões de euros para o orçamento do município de Lagos», e a Junta «tem um orçamento de cerca de 200 mil euros, quase nada». «Temos lixeiras a transbordar, esgotos», entre muitos outros problemas, além da “falta de parques e espaços verdes», lamentou.
«A escola nova de que tanto se orgulha o PS já está cheia. Por isso, os alunos desta freguesia vão para Lagos. Não temos habitação social e os moradores vão-se embora», notou o candidato, queixando-se «de mais “mamarrachos” em betão, mais feios, de apartamentos luxuosos que estão a destruir a cultura e o meio ambiente».
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«Como foi conseguida uma licença concedida a um funcionário público interessado no lucro e pertencendo ao mesmo departamento que gerava os recursos [o departamento de planeamento urbanístico]?»
E denunciou: «Na praia da Vila da luz temos uma "bagunça" feia e que está ali há vários anos. Os moradores fizeram petições, escreveram cartas, há litígios, fica a plataforma na praia ainda. Era um projecto de restaurante, um concurso para licença era corrupto. A APA – Agência Portuguesa do Ambiente confirmou isto, cancelando o concurso e a licença, e no entanto Lagos deu uma licença de cunho social, depois mesmo que a licença foi cancelada. As obras começaram e só foram interrompidas após intervenção do governo. Desde então, a Câmara disse que não é sua jurisdição».
«Como foi conseguida uma licença concedida a um funcionário público interessado no lucro e pertencendo ao mesmo departamento que gerava os recursos [o departamento de planeamento urbanístico]?», perguntou William Mereweather, acrescentando que «isso não é segredo, tudo isto está disponível publicamente».
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«Muitos candidatos da minha lista têm medo de retaliação e não querem fazer barulho. Conheço um candidato que mudou da minha lista para o PS»
«As necessidades dos cidadãos são relegadas para último lugar por uma elite. A gente está cansada disso, a freguesia está farta disso! Temos de iniciar um progresso de mudança para responsabilizar os criminosos, para trazer de volta os recursos da freguesia, parar com a decadência que se tornou a actual estratégia da Câmara para a Luz e isso levará algum tempo. Muitos candidatos da minha lista têm medo de retaliação e não querem fazer barulho Conheço um candidato que mudou da minha lista para o PS», salientou William Mereweather, numa alusão a «negócios».
Depois de «muito tempo em que nada foi feito», agora «começamos a luta, nunca iremos embora. Vamos acabar com isto e construir o futuro que a freguesia da Luz merece», garantiu o candidato social-democrata, que adiantou: «Pelas razões já expostas, não vou expor as pessoas da minha lista». Ou seja, estas não foram apresentadas nos ecrãs, pelo menos a maioria, ao que se percebeu.
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Nuno Serafim, candidato à Assembleia Municipal: «Como é possível que uma cidade como a de Lagos tenha neste momento os piores serviços de limpeza urbana do Algarve?»
Pelas 20:20 horas, sem discurso preparado, falando de improviso, entrou em cena Nuno Serafim, de 45 anos, advogado e empresário da restauração, que é candidato do PSD à Assembleia Municipal de Lagos.
E em tom crítico à gestão socialista, começou por se interrogar: «Como é possível enquanto comunidade aceitarmos aquilo que se passa em Lagos? Como é possível permitimos o abandono de monumentos nacionais, como as nossas muralhas? Que seja, destruindo património arqueológico da humanidade, como as chaminés da avenida? Como é possível que uma cidade como a de Lagos tenha neste momento os piores serviços de limpeza urbana do Algarve? Como é possível uma ETAR, que deveria zelar pelo saneamento da nossa cidade, faça descargas para a ribeira (...)? Como é possível enquanto comunidade permitamos que as freguesias de Bensafrim e Barão de São João estejam praticamente abandonadas sem investimento público há mais de 8 anos?».
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«Como conseguimos conceber uma freguesia sem qualquer tipo de competências e praticamente passando apenas atestados e fazendo coisas circunstanciais?»
Para Nuno Serafim, «nestes 4 anos e aquilo que foram os últimos 20 anos do PS em Lagos, nós passámos de um concelho de oportunidades para um concelho de dificuldades». «Como é que um jovem compra casa em Lagos? Eu pergunto mais: como é que alguém, que trabalhe em Portugal, consegue comprar uma casa em Lagos?» – perguntou o candidato à Assembleia Municipal, actual vereador do PSD na Câmara.«Queremos mudar para melhor, para todos e não só para alguns», prometeu Nuno Serafim, defendendo «transportes públicos adequados às necessidades da população» e em que «possamos reclamar das entidades competentes melhores cuidados de saúde para o concelho, de direito a melhor ambiente».
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«Lagos é um concelho que tem estado fechado, as pessoas não sabem os números do sítio onde vivem e não conhecem a verdadeira realidade do concelho. (...) Vamos ter uma Assembleia Municipal próxima de todos, em que cidadãos possam intervir»
Nesta sua candidatura à Assembleia Municipal de Lagos, Nuno Serafim exige «mais transparência» e «participação» das pessoas: «Considero essencial haver uma maior transparência. Lagos é um concelho que tem estado fechado, as pessoas não sabem os números do sítio onde vivem e não conhecem a verdadeira realidade do concelho. Irei bater-me neste órgão ao qual me candidato (...) e a minha equipa, na qual confio plenamente, para que haja maior transparência e divulgação daquilo que são os dados e os feitos do nosso concelho. Vamos ter uma Assembleia Municipal próxima de todos, em que cidadãos possam intervir». É que, criticou, «considero inqualificável um cidadão não poder participar de forma efectiva na vida cívica da sua cidade, naquele que é o órgão do povo».
Nesse sentido, assegurou que com o PSD no poder tudo será feito para que «ninguém se esconda atrás de burocracias e processos administrativos, descurando quem procura ajuda».
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Pedro Moreira, candidato à presidência da Câmara Municipal de Lagos: «Apresentamos uma equipa de gente eficiente e competente, pessoas que não precisam da política para viver, pessoas que estão habituadas a governar a sua vida no sector privado»
De calças e casaco escuros e camisa azul, o candidato à presidência da Câmara Municipal de Lagos, Pedro Moreira, subiu ao palco pelas 22:31 horas, para encerrar o comício, lendo o discurso.
«O PSD iniciou há quatro anos um trabalho sério e constante junto das populações, na cidade e nas freguesias rurais, ouvindo os seus problemas e apresentando propostas para a sua resolução.
Mostramos que somos a alternativa de poder para mudar o estado lastimável a que o nosso concelho chegou. O Partido Social Democrata é um grande partido Popular e assumimos sempre a responsabilidade de sermos capazes e de termos a competência para governar a nossa cidade e o nosso concelho», começou por afirmar.
E acrescentou: «Apresentamos, hoje, uma equipa de gente eficiente e competente, pessoas que não precisam da política para viver, pessoas que estão habituadas a governar a sua vida no sector privado, que sabem a responsabilidade de gerir o seu dinheiro e a importância que essa gestão sensata tem na vida dos outros».
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«Temos tido da parte de quem nos governa muito imobilismo, falta de visão e de estratégia. A nossa política pública de habitação é inexistente, conduzindo a um atrofiamento económico e social do concelho. O nosso espaço público está degradado»
«Somos um concelho turístico, mas não nos devemos limitar-nos ao curto prazo do explorar do sol e praia. Temos, felizmente, um manancial de riquezas e tradições culturais desde as gastronómicas, como a produção de produtos transformados, como o Medronho de Bensafrim, os doces regionais de Lagos, os Folares de Barão, que podem e devem ser potenciados e melhor explorados, à riqueza da nossa história marítima, tanto a gesta dos descobrimentos, como a pesqueira e até a comercial, pois somos um porto comercial desde tempos imemoriáveis com vestígios que o comprovam.
Temos equipamentos desportivos, unidades hoteleiras e um clima propício a atrair atletas de todas as modalidades desportivas de exterior durante os meses de inverno. Temos um conjunto de infraestruturas e serviços que servem e agradam os novos nómadas digitais» – destacou Pedro Moreira.
«Mas também temos tido da parte de quem nos governa, muito imobilismo, falta de visão e de estratégia», acusou. «A nossa política pública de habitação é inexistente, conduzindo a um atrofiamento económico e social do concelho. O nosso espaço público está degradado, deixado inexplicavelmente ao abandono e vai sendo desmantelado como aconteceu este ano com 5 parques infantis do concelho. E é nos espaços públicos, minhas amigas e meus amigos, que se criam e fortalecem os laços com que se formam as comunidades fortes. Não é entre as quatro paredes das casas de cada um!».
«Quanto melhor qualidade, mais desejáveis estes espaços forem, quanto mais actividades lúdicas e culturais neles se desenvolverem, mais se fortalecem os laços entre as pessoas. E consequentemente se esbatem preconceitos, diferenças e se trocam vivências diferentes», notou. «Acho que não é necessário ter um grande alcance de visão estratégica para perceber isto. É necessário bom senso. É necessária empatia com as pessoas. E é necessário pensarmos o que queremos para a cidade».
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«Pagar as dívidas da Câmara enquanto poupamos 40 milhões de euros e os deixamos no banco e ao mesmo tempo deixamos degradar os serviços e a qualidade de vida dos nossos cidadãos não é uma boa gestão autárquica, não é ter uma visão de futuro»
O candidato social-democrata prossegui a sua intervenção neste comício, com ataques à Câmara de Lagos, liderada pelo PS: «Tenho pena, mas pagar as dívidas da Câmara enquanto poupamos 40 milhões de euros e os deixamos no banco e ao mesmo tempo deixamos degradar os serviços e a qualidade de vida dos nossos cidadãos não é uma boa gestão autárquica, não é ter uma visão de futuro. Quanto muito, é navegar à vista!».
«Os nossos impostos, que são caros, dos mais caros do país, devem retornar aos cidadãos em serviços de qualidade, em equipamentos de qualidade, em espaços públicos de qualidade, ou seja em melhoria da nossa qualidade vida», defendeu.
Pedro Moreira apresentou, então, algumas das medidas do PSD: «Propomos, entre outras coisas, o serviço de transporte público 'ONDA' grátis para os residentes do concelho, um serviço de saúde móvel que leve os cuidados de saúde àqueles que vivem nas freguesias mais isolados e com dificuldades de locomoção, a requalificação e construção dos nossos parques mais emblemáticos e jardins e um apoio efetivo e transparente às nossas IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], que desempenham um trabalho tão importante nas creches, nos lares e junto dos mais vulneráveis da nossa comunidade».
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«Estamos a fechar um ciclo de 20 anos de governação de maiorias socialistas. O resultado está à vista de todos. (...) Os lacobrigenses ou continuam neste caminho, cujos resultados estão à vista e já sabem como as promessas que são feitas e repetidas a cada quatro anos acabam, ou confiam o seu voto na única força política capaz de alterar este estado de coisas»
Depois de referir que «em política não deve haver inimigos, mas sim adversários com propostas diferentes de projectos de gestão, seja da nossa cidade, seja do nosso país», Pedro Moreira reforçou que «o Partido Social-Democrata é (...), um grande partido popular», garantindo que «em Lagos também está preparado para apresentar uma proposta de governação aos lacobrigenses, uma proposta que tem que de ser necessariamente diferente daquela que tem sido posta em prática por este executivo de maioria socialista».
Nesse sentido, insistiu, também ele, no apelo ao voto: «No próximo dia 26, vamos ser chamados a escolher quem queremos a governar a nossa cidade, o nosso concelho. Estamos a fechar um ciclo de 20 anos de governação de maiorias socialistas. O resultado está à vista de todos. Penso que os lacobrigenses estão em condições de fazer a sua escolha em liberdade e consciência. Ou continuam neste caminho, cujos resultados estão à vista e já sabem como as promessas que são feitas e repetidas a cada 4 anos acabam, ou confiam o seu voto na única força política capaz de alterar este estado de coisas».
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«O nosso projecto (...) é feito com todas e todos os lacobrigenses. É feito com todas e todos os funcionários municipais, parte importantíssima no bom funcionamento do nosso concelho e de Lagos enquanto comunidade»
Numa mensagem final a procurar transmitir um sentimento de união entre toda a sua equipa concorrente aos vários órgãos autárquicos, o candidato do PSD sublinhou: «O nosso projecto não é o projecto do Pedro, da Alexandra, do João, do Nuno, do Mário, da Mónica, do William ou do Fernando. É o projecto com o Pedro, com a Alexandra, com o João, com o Nuno, com o Mário, com a Mónica, com o William, com o Fernando e com todos os outros e outras que se juntaram e se queiram juntar a nós. É feito com todas e todos os lacobrigenses. É feito com todas e todos os funcionários municipais, parte importantíssima no bom funcionamento do nosso concelho e de Lagos enquanto comunidade. Porque Lagos tem de ser um concelho de todas e de todos, um concelho de oportunidades».
Eram já 22:45 horas quando os candidatos do PSD aos seis órgãos autárquicos do município de Lagos se juntaram no palco para brindar com um copo de vinho tinto na mão, entre aplausos da plateia. Depois, a música a cargo de Cláudio Rosário conduziu alguns participantes no comício a um pé de dança, animando a noite.
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José Manuel Oliveira
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