José Manuel Oliveira
«Está na hora de mudar. Lagos precisa de mudança. E o Partido Social Democrata (PSD) de Lagos está pronto para assumir a responsabilidade dessa mudança», sublinhou Pedro Moreira, candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal, no arranque da pré-campanha eleitoral.
Já o deputado na Assembleia da República Cristóvão Norte privilegiou a sua intervenção com críticas à deputada socialista Joaquina Matos, ao presidente do executivo camarário lacobrigense, Hugo Pereira, e ao governo de António Costa, apontando aquilo que classificou de «inacção, ineficácia e incapacidade política da presente solução para Lagos».
Sábado, 26 de Junho de 2021. Na Praça do Infante D. Henrique, em Lagos, numa manhã de sol, pouco depois das 10:30 horas e com a presença de cerca de duas dezenas de pessoas, na sua maioria ligadas ao próprio partido, o PSD arrancou para a pré-campanha eleitoral junto à estátua (na traseira, pois na frente está um lago) do impulsionador dos Descobrimentos Marítimos, ao apresentar os elementos que encabeçam as listas candidatas aos seis órgãos autárquicos do concelho.
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«LAGOS PARA TODOS, UM CONCELHO DE OPORTUNIDADES», podia ler-se em faixas colocadas junto a árvores
Os candidatos são: Pedro Moreira, de 55 anos, empresário na área hoteleira, à presidência da Câmara Municipal de Lagos; Nuno Serafim, de 45 anos, advogado e empresário na área hoteleira e da restauração, à presidência da Assembleia Municipal de Lagos; Mário Faria, de 42 anos, empresário na área do ‘fitness’, à Freguesia de São Gonçalo de Lagos; Mónica Viana, de 38 anos, gestora hoteleira, à União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João; Fernando Bernardo, de 63 anos e comerciante, à Freguesia de Odiáxere; e William Merewether, empresário de eventos, de 56 anos e nacionalidade inglesa, à Freguesia da Luz.
A deputada socialista Joaquina Matos, «ex-presidente da Câmara Municipal de Lagos, actual candidata à Assembleia Municipal, no passado (...) era favorável à abolição das portagens, mas não foi sequer capaz de votar a favor da sua redução» na A22/Via do Infante (deputado Cristóvão Norte).
Nesta apresentação dos candidatos aos órgãos autárquicos no concelho de Lagos, o primeiro discurso esteve a cargo de Cristóvão Norte, deputado do PSD pelo Algarve na Assembleia da República e vice-presidente da Comissão Política Distrital de Faro do seu partido, que entrou logo ao ataque, ao apontar três aspectos que “sublinham” a «inacção, a ineficácia e a incapacidade política da presente solução para Lagos», liderada pelo PS. Os alvos foram a deputada na Assembleia da República Joaquina Matos, que encabeça a lista do Partido Socialista candidata à Assembleia Municipal de Lagos nas próximas eleições autárquicas, o presidente do executivo camarário, Hugo Pereira, e do governo de António Costa.
Cristóvão Norte começou por recordar: «Primeiro exemplo: é sabido que as portagens na Via do Infante são um estrangulamento significativo para a mobilidade na região. Em Novembro, o Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata apresentou uma proposta que estabelecia a redução em cinquenta por cento das portagens na Via do Infante. Essa proposta foi aprovada com votos favoráveis do Bloco de Esquerda, do PCP e de outras forças políticas, e voto contra do Partido Socialista.
O voto contra do Partido Socialista, entre cento e não sei quantos votos, teve um voto que todos aqui conhecem. O voto da ex-presidente da Câmara Municipal de Lagos, atual candidata à Assembleia Municipal, que no passado, segundo me recordo, era favorável à abolição das portagens, mas não foi sequer capaz de votar a favor da sua redução. E apoia um governo que, para além de dizer que era favorável a uma redução de cinquenta por cento, ameaçou o recurso ao Tribunal Constitucional para impedir que, no dia 1 de Julho, entre em vigor o regime que foi aprovado por iniciativa do PSD na Assembleia da República, e que vai representar para os lacobrigenses e para todos os algarvios melhor mobilidade, menos custos, mais segurança, mais economia, no fim de conta um equilíbrio entre a responsabilidade do Estado, que está obrigado a assumir os encargos resultantes das Parcerias Público Privadas, por um lado, e um preço mais baixo que está em linha com as dificuldades dos algarvios. E é um primeiro passo no sentido de uma redução significativa».
E acrescentou: «É bom saberem que a Câmara Municipal (...) não tenha tido uma palavra para salvaguardar este interesse e ainda faça para que esse interesse não se concretize».
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Sobre a situação epidemiológica (Covid-19), com um «empolamento do número de casos», devido aos turistas, «é absolutamente inacreditável quando estamos a ouvir de outras câmaras, como Albufeira, Loulé, quando temos ouvido presidentes de câmaras, mesmo do seu próprio partido, a bater o pé, no caso de Lagos não vemos o presidente da Câmara a dizer uma palavra sobre o assunto que, nas próximas semanas, será, talvez, da maior importância para a recuperação económica e para a salvaguarda do emprego no concelho».
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«Outro exemplo da inacção, ineficácia e incapacidade política do PS em Lagos», tem a ver com «a actual situação epidemiológica [Covid-19]» – acusou Cristóvão Norte. E explicou: «Nós sabemos que o Algarve está a ser arrastado para medidas restritivas por duas ordens de razões: uma é que há um aumento de casos entre a população residente, mas há também um aumento de casos na população flutuante, aqueles turistas que nos visitam. Acontece que aqueles turistas que estão infectados contam para o número de casos dos residentes, mas não contam para a população total. Isso significa que quando vamos apurar o número de casos por cem mil habitantes, temos um empolamento do número de casos.
Ora, é inacreditável que num município como é o caso de Lagos, que dentro de duas semanas estará em grave risco de ter medidas restritivas com efeitos trágicos para o comércio, para a restauração, para o tecido económico e social de um dos concelhos que, neste momento, lidera no país em número de desempregados, não se ouça da parte do poder autárquico uma voz que se junte aos deputados do PSD para defender não um regime de exceção para o Algarve ou para Lagos, mas para defender que a população flutuante deve ser tomada à população residente. Isto, para garantir que não há um pernicioso que empurre Lagos para uma situação epidemiológica que não é pior do que as demais, para medidas restritivas que ponham em causa a subsistência dos negócios, a subsistência do emprego, a salvaguarda dos interesses de Lagos».
«E é absolutamente inacreditável - observou Cristóvão Norte - quando estamos a ouvir de outras câmaras, como Albufeira, Loulé, quando temos ouvido presidentes de câmaras, mesmo do seu próprio partido, a bater o pé, no caso de Lagos não vemos o presidente da Câmara a dizer uma palavra sobre o assunto que, nas próximas semanas, será, talvez, da maior importância para a recuperação económica e para a salvaguarda do emprego no concelho.”
“(...) só por inacção do executivo da Câmara e incapacidade e incompetência do governo, Lagos está à beira de vir a viver nos próximos meses uma cerca sanitária».
Por isso, o deputado social-democrata Cristóvão Norte entende que «os lacobrigenses têm de reflectir» sobre uma situação: «Que sentido de representação é esse que se anula, que se omite, que se ajoelha, quando perante uma questão desta magnitude, que é decisiva para os cidadãos, para a sua liberdade, para a sua mobilidade, para a sua circulação, para poderem trabalhar, para poderem realizar os seus projetos de vida, não tenha uma única singela palavra que exija o cumprimento das regras mais elementares? Ou seja, que é de garantir que não há [uma situação] que empurre Lagos para uma cerca sanitária, a que a situação epidemiológica no caso concreto de Lagos neste momento não obriga, nem devia obrigar, e que só por inacção do executivo da Câmara e incapacidade e incompetência do governo, Lagos está à beira de vir a viver nos próximos meses».
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«Há mais de 30 mil pessoas a recorrer à assistência alimentar no Algarve»
Neste seu discurso, Cristóvão Norte aproveitou para lançar outras críticas, desta vez devido ao anunciado Programa Específico para o Algarve, com 300 milhões de euros. «Há um ano, o governo prometeu um programa específico para o Algarve. E porque é que o prometeu? Porque o Algarve é uma das regiões mais atingidas pela crise. Temos o maior desemprego a nível nacional.
Passou um ano, recordam-se que nos falaram nos trezentos milhões [de euros], do senhor primeiro-ministro, depois de o PSD ter pedido esse programa específico, a dizer "sim senhor, é importante o programa específico". Nós concordámos, venha de lá o programa específico. Disseram: "Vamos apresentar o programa especifico em breve". Passou um ano. E porque é que havia esse programa específico? Não é por causa, com todo o respeito, de Monchique, ou de Alcoutim. É por causa das regiões eminentemente turísticas. E as regiões eminentemente turísticas são Lagos, Albufeira e Loulé. As outras também são. Mas [estes concelhos] são onde tem havido maior quebra de emprego, um dominó de falências, as pessoas completamente desesperadas e a subida dos índices de pobreza. Há mais de 30 mil pessoas a recorrer à assistência alimentar no Algarve».
«Há concelhos pelo país fora, com menos impactos económicos, como o concelho de Sintra, como o concelho de Cascais, que estabeleceram programas de apoio às empresas, programas de apoio aos trabalhadores, programas de apoio àqueles mais desvalidos. Onde é que está o programa do concelho de Lagos?».
«E eu pergunto: onde é que está o programa? Não está. E qual é o dever de um presidente de Câmara? É fazer uma de duas coisas: exigir ao governo que faça esse programa, independentemente da cor política desse governo, e depois se o governo não o fizer, ter um fortíssimo programa para salvaguardar o emprego, salvaguardar os negócios. Qual é o programa do concelho de Lagos?».
E notou: «Há concelhos pelo país fora, com menos impactos económicos, como o concelho de Sintra, como o concelho de Cascais, que estabeleceram programas de apoio às empresas, programas de apoio aos trabalhadores, programas de apoio àqueles mais desvalidos. Onde é que está o programa do concelho de Lagos? Não sei, não ouvi falar».
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«Não podemos permitir que um concelho como Lagos (...) seja um concelho sem alternativas, seja um concelho estagnado (...) onde a habitação é caríssima e as pessoas não têm acesso, seja um concelho onde não se vê brio (...) onde se vê uma solução política estagnada, quase aristocrática (...) que está esgotada, que o dia a seguir é igual ao dia anterior. Já não tem a ambição de mudar»
Referindo-se às eleições autárquicas, o deputado do PSD Cristóvão Norte deixou sinais de confiança na candidatura de Pedro Moreira à presidência da Câmara Municipal de Lagos: «É um bom candidato. É um homem sério, é um homem trabalhador, é um homem informado». Por outro lado, sublinhou: «Tenho a convicção de que a nossa candidatura à Assembleia Municipal é uma boa candidatura, tenho a convicção de que os nossos candidatos às juntas de freguesia são bons candidatos. Tenho a certeza de que podemos mudar este concelho, mas temos de acreditar, temos de lutar voto a voto, temos de explicar às pessoas o que é que vamos fazer diferente».
E em tom caloroso, aproveitou para deixar mais recados: «Não podemos permitir que um concelho como Lagos, com a História que tem, um concelho que é decisivo para um Algarve mais forte e mais capaz, seja um concelho sem alternativas, seja um concelho estagnado, seja um concelho onde a habitação é caríssima e as pessoas não têm acesso; seja um concelho onde não se vê brio, onde não se vê esmero, onde se vê uma solução política estagnada, quase aristocrática. É uma solução política que se vê que está esgotada, que o dia a seguir é igual ao dia anterior. Já não tem a ambição de mudar, já não tem a ambição de fazer um concelho melhor».
«E eu sei que estas pessoas [candidatos do PSD] têm essa ambição, têm essa capacidade. É por isso que estou e estarei ao lado de todos vós para construirmos essa alternativa política ao concelho de Lagos», concluiu o deputado e vice-presidente do PSD/Algarve Cristóvão Norte, num discurso, por vezes emotivo, com a duração de cerca de 15 minutos.
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Na Assembleia Municipal, o PSD quer «alguém que ouça e dê voz aos cidadãos de Lagos e que fiscalize, efetivamente, o trabalho da Câmara» (Pedro Moreira)
Logo de seguida, pelas 11:17 horas, foi a vez de Pedro Moreira, que há três anos assumiu a liderança da Comissão Política Concelhia de Lagos do PSD e é agora o candidato do partido à presidência da Câmara local, apresentar as suas ideias para o concelho, com aplausos pelo meio, numa intervenção lida durante 17 minutos nas folhas de papel segurava nas mãos.
«Está na hora de mudar. Lagos precisa de mudança. E o Partido Social Democrata Lagos está pronto para assumir a responsabilidade dessa mudança. Temos um projeto para o concelho. Temos ideias sérias e concretizáveis. Temos, essencialmente, uma equipa de gente competente e empenhada a dar um outro rumo ao nosso concelho. Um rumo que não despreze a falta de habitação em Lagos. Um rumo que não despreze os anseios dos nossos cidadãos e que traga soluções em tempo útil, para melhorar a segurança das pessoas no espaço público. Para a limpeza e para o modo como a cidade e o concelho se apresentam aos seus habitantes e a quem nos visita. Um rumo que não despreze os empresários e os seus negócios.
Um rumo que não desleixe e deixe ao abandono os nossos espaços públicos mais carismáticos. Um rumo que não ignore aqueles que vindos de outros países, escolheram Lagos para trabalhar ou gozar as suas vidas», começou por vincar Pedro Moreira.
E acrescentou: «Propomos a mudança com uma equipa de gente séria e transparente, que se entrega a esta missão com o espírito de serviço público. Temos uma equipa de candidatos que coloca os interesses da população à frente dos interesses partidários ou ambições pessoais».
Na Assembleia Municipal, o PSD quer «alguém que ouça e dê voz aos cidadãos de Lagos e que fiscalize, efetivamente, o trabalho da Câmara. Nas freguesias, alguém que coloca o interesse superior dos seus fregueses como farol da sua actuação».
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Criar habitação acessível para todas as pessoas, emprego e potenciar o desenvolvimento económico, nomeadamente com indústrias criativas e tecnologia, e estimular hortas familiares, além da implementação de um polo de ensino universitário
Ao apostar num «concelho de Lagos com Todos e para Todos», o candidato social-democrata Pedro Moreira à presidência da Câmara, propõe que a sua equipa venha a atuar em três eixos estratégicos:
1.º – Criação de valor, através do desenvolvimento económico, diversificado, sustentável, inteligente e inclusivo;
2.º – Desenvolvimento de Sinergias, em geral com os parceiros regionais, nacionais e internacionais, e em especial, com as instituições, associações, investidores e empresas locais;
3.º – Promoção da Coesão, entre as freguesias, gerando qualidade de vida para as pessoas, em harmonia e respeito com o ambiente e a natureza, os animais selvagens, domésticos e rurais, «e pela preservação do nosso património histórico, material, imaterial e oral – força identitária do nosso Território».
Para estes três eixos foram identificadas sete áreas de incidência, que vão ao encontro das «preocupações das famílias, das instituições e das empresas locais, e que terão a sua sustentação na concretização de seis projectos prioritários, a implementar a curto e médio prazo». Pedro Moreira passou a apresentá-los:
1.º – Criar habitação acessível para todas as pessoas;
2.º – Criar emprego e potenciar o desenvolvimento económico. «Para que se consiga implementar esta medida, faremos as seguintes intervenções:
• Implementar uma nova metodologia no licenciamento dos projectos de investimento;
• Potenciar a diversificação industrial, o desenvolvimento tecnológico, a inovação, a criatividade e o ‘design’ como instrumentos de afirmação e de reforço da competitividade;
• Apostar em indústrias criativas e em produtos de nicho de elevado em valor acrescentado e transacionável;
• Estimular projectos de empreendedorismo na área social e ambiental, incentivando à prática de agricultura biológica, da criação das hortas familiares e da manufatura e transformação de produtos regionais;
• Desenvolver e implementar políticas activas de atracção de investimentos;
• Zelar pela implementação de um polo de ensino universitário».
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«Aquisição de uma Unidade de Saúde Móvel que permita, de uma forma regular e efectiva, prestar cuidados de saúde, e implementar a gratuitidade da ‘ONDA’ [transportes urbanos) para o uso no concelho pelos residentes»
Continuando a apresentar os projectos prioritários do PSD, Pedro Moreira destacou a aposta do partido no sentido de valorizar e apoiar as famílias. «Para que Lagos seja um concelho para todos e com todos, é fundamental valorizar o papel das famílias para a sustentabilidade do concelho, apoiando-as nas várias vertentes, quer com as crianças, os jovens e os idosos, quer na área social, da saúde e da educação dos seus filhos, promovendo espaços e áreas de lazer e convívio, qualidade de vida, atividades culturais e desportivas e ainda, não menos importante, cuidar de si, para poder cuidar dos seus. Algumas das intervenções mais específicas que iremos implementar nesta área serão:
• Criar um serviço municipal de saúde com a aquisição de uma Unidade de Saúde Móvel que permita, de uma forma regular e efetiva, prestar cuidados de saúde;
• Implementar a gratuitidade da ‘ONDA’ [transportes urbanos - n.d.r.] para o uso no concelho pelos residentes».
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«Iluminar as zonas de praia urbana, como a Solaria e a Praia da Batata; alargar a rede de ciclovias do concelho; fiscalizar de forma efetiva, através da Polícia Municipal, com sancionamento dos comportamentos que infrinjam os regulamentos municipais, e a aplicação das coimas neles previstas. E implementar um sistema de vídeo vigilância, ligado à esquadra da PSP, no centro da cidade, nas artérias mais problemáticas e nas com equipamentos e património públicos»
Outra pretensão do PSD passa por dignificar a utilização, e em segurança, do espaço público. E detalhou: «Neste campo queremos:
- Iluminar as zonas de praia urbana, como a Solaria e a Praia da Batata, criando melhores condições de segurança a quem utiliza estes espaços.
- Alargar a rede de ciclovias do concelho, criando percursos que permitam o seu uso não só por questões lúdico-desportivas, mas ainda como um hábito diário de locomoção por parte da população.
- Promover junto das associações locais, a ocupação dos espaços públicos do concelho, através de atividades artístico-culturais, recreativas e desportivas.
- Fiscalizar de forma efectiva, através da Polícia Municipal, com sancionamento dos comportamentos que infrinjam os regulamentos municipais, e a aplicação das coimas neles previstas.
- Exigir junto da tutela que a esquadra da PSP de Lagos passe a ter novamente autonomia operacional, com o quadro de agentes completo conforme a média nacional por 1.000 habitantes e equipada com os meios necessários ao cumprimento da sua missão.
- Implementar um sistema de vídeo vigilância ligado à esquadra da PSP, no centro da cidade, nas artérias mais problemáticas e nas com equipamentos e património públicos».
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«Alargamento do período de limpeza diária das praias e dos areais entre 1 de maio e 31 de outubro (e não somente durante a época balnear). E recuperar e manter os acessos às praias do Pinhão, dos Estudantes e do Canavial, e terminar em tempo útil a requalificação da zona da Ponta da Piedade»
Por outro lado, o candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Lagos prometeu a manutenção de equipamentos e a limpeza urbana. A esse nível, o plano passa pelos aspectos citados:
- Recuperar e manter os acessos às praias do Pinhão, dos Estudantes e do Canavial, e terminar em tempo útil a requalificação da zona da Ponta da Piedade.
- Criar equipas de limpeza urbana que atuem rapidamente em caso de falhas ou sobrecarga dos serviços normais de recolha.
- Implementação de contentores de monos, nos pontos conhecidos de despejo dos mesmos, com um sistema cíclico e permanente de remoção dos cheios e substituição por vazios.
- Alargamento do período de limpeza diária das praias e dos areais entre 1 de maio e 31 de outubro (e não somente durante a época balnear).
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«Diligenciar pela abertura ao público de Espaços de Especial Interesse Histórico-Cultural, como por exemplo, a Capela dos Ossos existente na Igreja de São Sebastião (...) Criar a Rota dos Menires, em face do grande número de exemplares existentes no concelho»
Outra das apostas do PSD no seu programa eleitoral para os próximos quatro anos no concelho de Lagos visa potenciar e valorizar o património local. Para isso, prometeu Pedro Moreira, «iremos dar foco à preservação e promoção do nosso património histórico, material, imaterial e oral, quer através da acção directa do Município, quer através da realização de protocolos com as entidades proprietárias ou que tutelam os bens e equipamentos».
E especificou o que propõe levar a efeito:
- Utilizar a actual biblioteca municipal como Arquivo Municipal, centralizando nesta toda a documentação existente, assim como os técnicos e meios necessários à sua catalogação e conservação.
- Promover a reabilitação e manutenção de todos os templos religiosos do concelho, através de protocolos com as entidades religiosas detentoras dos edifícios.
- Diligenciar pela abertura ao público de Espaços de Especial Interesse Histórico-Cultural, como por exemplo, a Capela dos Ossos existente na Igreja de São Sebastião.
- Reforçar a equipa de arqueólogos municipais e assistentes para investigação, tratamento, catalogação e exposição do património arqueológico municipal.
- Valorizar o nosso património arqueológico, através da abertura de visita ao público, em especial do Sítio Arqueológico do Molião, do Sítio Arqueológico da Fonte Coberta e os Balneários Romanos da Luz.
- Criar a Rota dos Menires, em face do grande número de exemplares existentes no concelho.
- Promover o passado recente da histórica local ligada à pesca e à indústria conserveira, criando um espaço museológico dedicado inteiramente ao tema e, ainda, através da sua valorização com a implementação cénico representativa pelos espaços públicos do concelho.
- Criar o Gabinete de Apoio ao Associativismo, com finalidade de promover o reconhecimento da utilidade pública e captação de apoios públicos e privados.
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“Reactivar o mercado de gado em Odiáxere (...) e a realização de mercados de rua mensais. Promover a aquisição de um matadouro itinerante, no âmbito da Associação Terras do Infante, que circule e funcione em diversos pontos dos três concelhos” (Lagos, Vila do Bispo e Aljezur)
Sensivelmente a meio do seu discurso, o candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Lagos deixou a promessa de promover a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento do mundo rural. E disse, a propósito: «A criação de um projecto de sustentabilidade ambiental irá definir a forma como serão utilizados os bens e recursos naturais no concelho, para suprir as nossas necessidades, sem que com isso exista o esgotamento e haja suprimento para as próximas gerações. A produção local e a agricultura biológica são prioridades para a qualidade de vida e promoção da saúde no concelho, pelo que o apoio ao desenvolvimento do mundo rural do concelho irá permitir a criação de um modelo de sustentabilidade e alimentação local».
Nesse sentido, algumas das intervenções anunciadas por Pedro Moreira são as seguintes:
• Promover a criação de cisternas nos novos e velhos empreendimentos para recolha e armazenamento de águas pluviais para utilização na rega e lavagens.
• Reactivar o mercado de gado em Odiáxere, com a requalificação do espaço existente, permitindo a sua utilização, com respeito pelo bem-estar animal, para a realização de mercados de rua mensais.
• Promover a aquisição de um matadouro itinerante, no âmbito da Associação Terras do Infante, que circule e funcione em diversos pontos dos três concelhos [Lagos, Aljezur e Vila do Bispo – n.d.r.], permitindo aos numerosos criadores de gado locais o abate e a venda do seu efetivo, com evidente impacte no bem-estar animal, qualidade da carne para consumo das populações locais e, ainda, no custo de abate e revenda da mesma.
• Implementar mini parques de compostagem em todas as freguesias.
• Criação de um Gabinete do Produtor Agrícola Local, com apoio no preenchimento e acompanhamento de candidaturas a apoios dos fundos comunitários e nacionais, assim como aconselhamento sobre técnicas e métodos de agricultura sustentável e biológica, técnicas de vendas e ‘marketing’, e apresentação e transformação de produtos, entre outros.
• Implementar estações de carregamento de veículos elétricos na Avenida dos Descobrimentos e nos parques de estacionamento públicos e de forma disseminada pelo concelho. Requalificar o Jardim da Constituição e reconverter, através de um concurso de ideias, o Parque das Feiras / Auditório Municipal. E apostar, também, na requalificação da área junto ao edifício dos Antigos Paços do Concelho, no centro da cidade de Lagos,
para ali instalar um mercado fixo destinado aos vendedores que se encontram precariamente instalados na Avenida dos Descobrimentos.
A terminar, Pedro Moreira destacou, ainda, sete projectos prioritários a curto e médio prazo para o concelho de Lagos, citando:
- 1.º: JARDIM DA CONSTITUIÇÃO – Requalificação do Jardim da Constituição, com a substituição do piso actual, iluminação pública nos vários níveis, assim como a construção de um sistema eficaz de drenagem e escoamento das águas pluviais.
- 2.º: PARQUE JÚDICE CABRAL (Parque das Freiras/Auditório Municipal) – Promover, com a máxima celeridade, a realização de um concurso de ideias entre arquitetos paisagistas para reconversão deste equipamento há muito abandonado.
Propomos a manutenção do auditório municipal com outras características mais modernas e confortáveis para o público; a criação de um jardim botânico com espécies originárias das partes do mundo onde os portugueses marcaram presença nos Descobrimentos Marítimos (África, Ásia e América do Sul), com zonas de estar e uma cafetaria com esplanada a ser concessionada.
- 3.º: MERCADO FIXO PARA OS MERCADORES DA AVENIDA DOS DESCOBRIMENTOS – Com a requalificação da área junto ao edifício dos Antigos Paços do Concelho [situado no centro da cidade de Lagos - n.d.r.] instalar infraestruturas sólidas e seguras, dotadas de pontos de água e luz, enquadradas com a envolvente, de forma a promover melhor qualidade de vida aos mercadores que se encontram precariamente instalados na Avenida dos Descobrimentos.
- 4.º: PARQUE ANEL VERDE – TERCEIRA FASE a ser de forma célere intervencionado com a criação de espaços desportivos, parque infantil / juvenil, parque canino, estacionamento automóvel iluminado e controlado.
- 5.º: POLO LOGÍSTICO-INDUSTRIAL MULTIMODAL DO CHINICATO – Fomentar a implementação de um Polo Logístico-Industrial Multimodal, um hub logístico (tipo Porto Seco) e Área Comercial, no Parque Industrial do Chinicato.
- 6.º: BARRAGEM DA BRAVURA – ENVOLVENTE – Criar um quiosque de informações e atendimento junto a uma zona acessível ao espelho d' água, com informações sobre percursos pedonais ou de bicicleta, venda de licenças de pesca lúdica diárias ou semanais e construção de um pontão de acesso e apoio a embarcações de vela e remo para usufruto deste equipamento natural.
- 7.º: PACTO DE CONCILIAÇÃO – APOSTAR NOS RECURSOS HUMANOS MUNICIPAIS – Os funcionários municipais assumem no contexto social e económico do concelho uma importância ímpar na forma como o mesmo se
desenvolve, apresenta e funciona economicamente. São eles uma parte fundamental no conjunto de operações complexas que, conjuntamente com os parceiros privados, as associações e a restante população, criam a imagem de Lagos. E é com eles e através deles que será possível cumprir os compromissos a que nos propomos, tornando Lagos para Todos e com Todos – Um Concelho de Oportunidades.
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Eram 11:34 horas quando o candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Lagos, Pedro Moreira, terminou o seu discurso, entre fotos, vídeos e aplausos. Pouco depois, com mais uma foto de grupo dos candidatos que encabeçam as listas aos seis órgãos autárquicos do município, estava dado o primeiro passo para o início da pré-campanha eleitoral do Partido Social Democrata, entre uma fraca plateia a assistir e um vasto conjunto de ideias e promessas lançado.