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Autárquicas 2021 em Terras do Infante: Socialistas vencem, mas em Lagos quem reina é a abstenção. Aljezur e Vila do Bispo enfrentaram renhidas disputas

Autárquicas 2021 em Terras do Infante: Socialistas vencem, mas em Lagos quem reina é a abstenção. Aljezur e Vila do Bispo enfrentaram renhidas disputas

As Eleições Autárquicas 2021, que se realizaram no passado domingo de 26 de Setembro, culminaram novamente na vitória do Partido Socialista (PS) nos três concelhos das Terras do Infante. Ainda assim, houve algumas surpresas.

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Aljezur

No caso da Câmara Municipal de Aljezur, o PS manteve a maioria absoluta, conquistando 3 mandatos. Com uma diferença percentual de apenas 2,87%, José Gonçalves (44,69%) ultrapassou Manuel Marreiros (41,82%) do grupo "Renascer", que por seu turno obteve 2 mandatos.

Já a Coligação Democrática Unitária (CDU) passou de segunda força política mais votada (com 18,73% dos votos em 2017) para ocupar o quarto lugar, ficando logo abaixo do PPD/PSD com 4,16% – sendo que ambos perderam os respectivos vereadores – e logo antes do CHEGA, que acabou em último com uma expressão mínima de 1,36%.

Na Assembleia Municipal (AM), o PS volta a ganhar mas, desta vez, sem maioria absoluta, com Manuel Cristo, reduzindo-se os 9 mandatos para 7. "Renascer" conquista 6, Coligação PPD/PSD 1 e CDU também apenas 1.

No tocante às quatro Assembleias de Freguesia, PS sai igualmente vencedor, com 3 mandatos, mas ainda assim sem maioria absoluta na Bordeira, distribuindo-se os restantes mandatos pelo grupo "Renascer" (2) e pelo PPD/PSD (2). Não obstante, "Renascer" foi a segunda força política a dar luta aos socialistas nas freguesias de Odeceixe, Rogil e Aljezur.

Em termos de abstenção, Aljezur registou 36,74%, um número bem menos brutal do que em Lagos. Aliás, e com uma percentagem de 63,26%, este concelho aumentou inclusive o número de votantes comparativamente às últimas eleições.

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Lagos

Em Lagos, o PS sagrou-se vitorioso com maioria absoluta em todos os órgãos: Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia de São Gonçalo de Lagos, Odiáxere, Luz, e União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João.

Com 53,47% dos votos, Hugo Pereira foi eleito para a Câmara Municipal e mantém, assim, os 5 mandatos. Já o PPD/PSD foi a segunda força política mais votada, não fugindo ao cenário das últimas Autárquicas, com 12,90% (1.334 votos), mantendo também 1 mandato.

Já a CDU alcançou o terceiro lugar, com 9,10% (941 votos), reconquistando um vereador, logo sucedida pelo CHEGA, com 7,73%, (799 votos). Mas a surpresa recai sobre a Coligação Lagos Com Futuro (LCF), com a perda de um mandato no executivo municipal devido ao resultado de 7,57% (783 votos). Em seguida surge o PAN, com 3,21% (332 votos) e, por fim, o CDS-PP em último lugar somente com 0,92% (95 votos).

No que toca à Assembleia Municipal, Maria Joaquina Matos substitui agora Paulo Morgado, reforçando o número de mandatos. Vale frisar que o número de deputadas mulheres aumentou depois destas eleições. Logo a seguir vem o PPD/PSD, que se mantém como segunda força política com 3 mandatos. Por sua vez, LCF e CDU inverteram posições face a 2017 e o CHEGA entrou para a corrida, conquistando 1 mandato e ultrapassando o Bloco de Esquerda (BE), que apesar de tudo mantém o seu deputado. Deixam de ter assento o Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e o Partido Popular (CDS).

Mas a verdadeira “rainha” deste acto eleitoral foi a abstenção, com 58,27%: um valor gritante e que aumentou comparativamente a 2017. Desconhecendo-se os motivos concretos que justificam este valor, certo é que o mesmo levanta incerteza. Estará o poder local lacobrigense algo desacreditado?

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Vila do Bispo

Em Vila do Bispo, a luta pelo poder camarário foi ainda mais renhida, neste caso, entre o PS e o movimento “Somos Pelo Concelho – Vila do Bispo” (SPCVB), que entregou a vitória aos socialistas com uma diferença de apenas 1,26% (33 votos). Com efeito, ambas as forças políticas conseguiram 2 mandatos cada, nomeadamente Rute Silva e Fernando Santana (PS) e Dino Lourenço e Luís Paixão (SPCVB).

Logo em seguida, com 23,97% dos votos, surge a maior coligação destas eleições, "A NOSSA TERRA EM BOAS MÃOS" – PSD.CDS-PP.MPT.PPM, que em 2017 ocupava também o segundo lugar, mantendo o mandato, desta feita, através de Paula Freitas. Já a CDU manteve a quarta posição, agora com o BE fora da equação, tal como acontece em Aljezur. Surpreendentemente ou não, o CHEGA ficou em último.

Na Assembleia Municipal, e uma vez mais à semelhança de Aljezur, o PS ganhou novamente sem maioria absoluta, com Armindo Vicente. Em segundo lugar ficou o movimento SPCVB, com 30,67% (806 votos e 5 mandatos), sucedido pela Coligação "A NOSSA TERRA EM BOAS MÃOS", com 22,37% (588 votos e 4 mandatos); pelo BE, com 5,71% (150 votos e 1 mandato); pela CDU, com 4,72% (150 votos), e pelo CHEGA, com 2,51%, (66 votos).

No que toca às Assembleias de Freguesia, o PS, tal como em 2017, mantém apenas Budens, agora através de Ana Custódio (3 mandatos), não tendo, contudo, alcançado a maioria absoluta. Já o SPCVB conquista outros 3, o grupo "Vamos Fazer Mais" (VFM) 2 – na pessoa do independente Assildo Duarte –, e "A NOSSA TERRA EM BOAS MÃOS" 1.

A Lista Unitária do Progresso (LUP) repete, uma vez mais, a vitória em Barão de são Miguel, onde o CHEGA adquire 1 mandato e a CDU outro.

Já na União das Freguesias de Vila do Bispo e Raposeira, a vitória foi do SPCVB, encabeçado por Marisa Dias, mas sem maioria absoluta, distribuindo-se os restantes mandatos pelo PS (3) e pela Coligação "A NOSSA TERRA EM BOAS MÃOS" (2). Finalmente, Sagres elege Clésio Ricardo (SPCVB) também sem maioria absoluta e os mandatos distribuem-se da mesma maneira que em Vila do Bispo e Raposeira.

Neste concelho, a abstenção foi de 37,32% – um valor muito próximo do registado em Aljezur e menos alarmante do que em Lagos.

Os resultados ao detalhe estão disponíveis neste link.

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Confira tudo ao pormenor na edição em papel de Outubro!

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Carlos Conceição

Marta Ferreira

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