(Z1) 2020 - CM de Vila do Bispo - Um concelho a descobrir

500 anos da descoberta do Estreito de Magalhães

500 anos da descoberta do Estreito de Magalhães

A passagem que ligou 2 oceanos e deu mais mundo ao mundo.

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No dia 21 de Outubro assinalou-se os 500 Anos da descoberta do Estreito de Magalhães, feito realizado no âmbito daquela que seria a primeira viagem de Circum-Navegação, uma expedição planeada e comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães e concluída pelo espanhol Juan Sebastián Elcano.

Para assinalar a data em Portugal, entre 20 e 23 de Outubro, foram organizadas pela Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães 2019-2022, em parceria com diversas entidades locais e nacionais, uma série de iniciativas que pretenderam aludir, como marco da expedição, à sua importância no domínio simbólico, histórico-cultural e científico.

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No dia 22 de Outubro, a celebração da descoberta do Estreito realizou-se na zona sul do país, no Centro Cultural de Lagos, com uma acção promovida pelo Centro Ciência Viva daquela cidade, a apresentação das edições especiais filatélicas (CTT – Correios de Portugal) e numismáticas (Imprensa Nacional Casa da Moeda) comemorativas do V centenário da Circum-Navegação de Magalhães/Elcano, e uma conferência sobre Fernão de Magalhães e a exposição por ele liderada.

Situado no Chile, na região que tem como nome Magallanes, a descoberta do estreito, e comprovação da ligação entre o oceano Atlântico e o oceano que Fernão de Magalhães batizaria de Pacifico, permitiu acrescentar aproximadamente 50% ao mundo até então conhecido, confirmou a condição esférica do nosso planeta e ofereceu à humanidade um até então desconhecido “Planeta Oceano”.

A importância da descoberta do Estreito assentaria na nova realidade de como se passou a pensar o mundo nos seus diferentes domínios, nomeadamente, o comercial, o cultural e, sobretudo, o geopolítico. Nascia com esta descoberta o conceito de rota global que rege a navegação contemporânea.

Esta nova realidade traria a renovação do imaginário colectivo existente à altura, imposto desde a antiguidade e a idade média, sobre a finitude do planeta, a sua concepção de habitabilidade e a sua dimensão global.

O estreito tem aproximadamente 570 Km (310 milhas náuticas) de comprimento e 2 Km (1,1 milhas náuticas) de largura no seu ponto mais estreito. O seu principal porto situa-se em Punta Arenas, capital da província chilena de Magalhães e Antártida.

É considerado um dos percursos mais difíceis de navegar do mundo devido à estreiteza da passagem natural e às imprevisíveis correntes de maré e ventos que experimentam ao longo do percurso. Esta sinuosidade e a sua forma labiríntica explicam, em parte, os 38 dias que Fernão de Magalhães necessitou para completar a travessia.

Sendo a maior e mais importante passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o legado da descoberta deste estreito ainda hoje perdura.

Antes da abertura do Canal do Panamá, em 1914, o Estreito de Magalhães era a mais importante rota para os navios que navegavam entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Todavia, actualmente estima-se que cerca de 1.500 navios ainda passem pelo Estreito todos os anos o que concorre para a sua relevância marítima e contributo para a economia regional.

Tal é verificável não apenas para os navios que, não cabendo no Canal do Panamá, escolhem as suas águas para se mover entre os oceanos, mas também pelos cerca de 50 navios de cruzeiro que todos os anos sulcam as suas águas.

Com uma paisagem que convoca à exploração de uma natureza singular, ladeada por montanhas e glaciares, e servindo como porta de entrada à Antártida e ao Pacifico, o estreito e a sua a travessia, são ainda um dos principais destinos turísticos da actualidade.

Também na realidade actual, no âmbito das emergentes preocupações ambientais, ainda é visível o legado deixado por esta descoberta de Magalhães.

Quando se abordam as implicações relacionadas com as alterações climáticas, e se recorre ao conceito de mar-único para dimensionar o impacto das suas consequências, tal se deve à confirmação da intercomunicabilidade entre os oceanos em resultado directo da descoberta da passagem, por mar, entre o Este e o Oeste.

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Factos decorrentes do legado de Fernão de Magalhães:

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Sonda Magalhães

Lançada em maio de 1989, a sonda espacial da NASA chegou ao planeta Vénus a 10 de agosto de 1990. Durante 4 anos realizou o levantamento cartográfico mais completo do planeta (cerca de 98% da sua superfície) por meio de um radar.

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Grande e Pequena Nuvens de Magalhães

As duas galáxias anãs, satélites da nossa, são visíveis a olho nu no hemisfério sul. Os registos mais antigos são do ano 984 a.C. Referidas por Pigafetta no seu relato da viagem de Magalhães, quando a expedição as avistou em 1520, durante a travessia do Pacifico, receberam depois o nome do navegador português.

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Crateras Magalhães

A mais conhecida, descoberta em 1976, fica no hemisfério sul de Marte e apresenta uns consideráveis 105 quilómetros de diâmetro. As outras duas situam-se na Lua, na margem do Mare Fecunditatis e são designadas por Magalhães e Magalhães A.

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Pinguim-de-Magalhães

A espécie, que habita nas águas temperadas da América do Sul, foi avistada durante a viagem de circum-navegação. No seu relato, Pigafetta designou as exóticas aves por “gansos”. Medem entre 50 e 70 centímetros, pesam no máximo cinco quilos e vivem até aos 20 anos.

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Sistema de Navegação Magalhães

Um dos primeiros sistemas mundiais de GPS, criado na Califórnia, foi lançado em 1989 e recebeu o nome do explorador português.

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Viaje na história em www.magalhaes500.pt

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