Ter um animal de companhia contribui positivamente para o desenvolvimento das crianças, nomeadamente ao nível da sua auto-estima, comunicação não-verbal, empatia e compaixão, além do sentido de responsabilidade.
Contudo, são precisos cuidados apropriados, como a desparasitação animal, para impedir a transmissão de zoonoses (doenças transmissíveis entre animais e humanos). «Quaisquer cães e gatos que vivam em casas com crianças com menos de cinco anos devem ser desparasitados mensalmente», afirma Octávio Carraça Pereira, Médico Veterinário.
As crianças levam, com maior frequência, as mãos à boca e, por isso, a probabilidade de ficarem contaminadas com formas infecciosas existentes no ambiente aumenta. Além disso, o seu sistema imunitário encontra-se em constituição, o que as torna ainda mais susceptíveis.
Durante uma ida ao exterior, tanto os animais como os humanos podem transportar até casa parasitas e ovos de pulga agarrados às patas, ao pêlo, à roupa e ao calçado. Além do incómodo que representam para o animal, estes parasitas, como os mosquitos, pulgas ou carraças, são agentes de transmissão de doenças, que poderão também ser transmitidas aos mais novos.
Geralmente, os animais de companhia devem ser desparasitados pelo menos quatro vezes por ano, caso tenham acesso ao exterior. Contudo, tal varia consoante a idade, o estilo de vida do animal, o local e a composição do agregado familiar, sendo que é importante realizar uma avaliação adequada numa consulta de Medicina Veterinária.
Segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC) (1) , as crianças com animais em casa têm níveis de ansiedade menores e demonstram menor stress, assim como apresentam uma maior capacidade para interacção social e espírito de descoberta. Além disso, esta interacção pode ajudar no vínculo com a Natureza e os seres vivos, mas também na aprendizagem sobre a vida, como o sentimento de perda e desgosto quando um animal de companhia morre.
A nível físico, a relação com os animais também é uma forma de promoção da actividade física.
Assim, «a desparasitação faz parte da tutoria responsável de qualquer animal de estimação, a par da vacinação, alimentação saudável, socialização e treino», conclui Octávio Carraça Pereira.